O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) deflagrou, nesta quinta-feira (16/10), a operação “Metástase”, segunda fase da investigação “Jogo Marcado”, que apura um esquema de fraudes e favorecimentos em contratos da saúde pública estadual. A ação, conduzida pela 77ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa e Proteção do Patrimônio Público (Prodeppp) com apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), cumpre 101 mandados judiciais em Manaus e Joinville (SC).

Entre as medidas, estão três prisões preventivas, 27 buscas e apreensões, sete afastamentos de função pública e o bloqueio de bens que totaliza R$ 1 milhão, além de suspensões contratuais e quebras de sigilo telefônico. A operação também conta com o suporte da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), da Controladoria-Geral da União (CGU) e do MP de Santa Catarina (MPSC), por meio do Gaeco-SC.

As investigações apontam que agentes públicos e empresários teriam se beneficiado de desvios e direcionamentos de licitações em unidades da rede estadual de saúde, incluindo a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e as maternidades Balbina Mestrinho e Dona Nazira Daou. Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa.

De acordo com o promotor Edinaldo Aquino Medeiros, titular da 77ª Prodeppp, a “Metástase” revela que o esquema era mais amplo do que o identificado na primeira fase. “A corrupção se espalhou para outros órgãos da saúde, e nosso objetivo é interromper os desvios e responsabilizar todos os envolvidos”, afirmou.

O nome da operação faz referência à forma como o esquema criminoso se expandia por diferentes setores da saúde pública, comprometendo a aplicação de recursos destinados à população. A ação contou com acompanhamento da procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, e do coordenador do Gaeco, promotor Leonardo Tupinambá do Valle, além das promotoras Priscilla Pini, Lilian Nara Almeida e Iranilson Ribeiro.

A primeira fase, “Jogo Marcado”, foi deflagrada em julho de 2024 e resultou em prisões e buscas ligadas à UPA José Rodrigues, em Manaus. Com a nova etapa, o MPAM reforça a ofensiva contra fraudes na saúde pública e reafirma o compromisso de garantir a integridade do gasto público e o combate à corrupção no Estado.