Cinco dezenas de agricultoras da região de Manaus concluem, neste sábado (18), a formação do projeto Cesta Ajuri, uma iniciativa que une capacitação, sustentabilidade e protagonismo feminino na Amazônia. As produtoras aprendem a transformar as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) em produtos comercializáveis, fortalecendo a agricultura familiar e ampliando sua renda com o apoio do Instituto Tera Kuno e do Instituto Amazônia Socioambiental.

O encerramento do ciclo formativo acontece no Centro de Treinamento Agroflorestal (CTA), localizado na Área de Proteção Ambiental Adolpho Ducke, a partir das 8h. A oficina final, conduzida pela chef Letícia Barros, aborda o tema “mercado sustentável” e ensina receitas inovadoras com PANC. O evento contará ainda com participações do professor Moisés Andrade (UFAM), que orientará sobre o uso da plataforma Agriconect, e da professora Girlian Silva de Sousa (UEA), com foco em economia e comercialização.

O projeto, contemplado pelo Edital Floresta em Pé 2024 da Rede Transformar, conecta agricultoras das associações Tera Kuno, APROB, Agriamigos, Karuara e outras comunidades rurais. A ação estruturou a comercialização das cestas agroecológicas por meio da Cesta Ajuri, em modelo B2B (Business to Business), voltado a empresas, restaurantes, escolas e empreendedores culinários.

As cestas são compostas por frutas, hortaliças, chás e PANC regionais. “Esse modelo garante qualidade, regularidade e uma rede sustentável que valoriza a biodiversidade e mantém a floresta em pé”, afirma Nora Hauswirth, coordenadora da Tera Kuno.

A formação incluiu oficinas de logística, gestão de vendas, marketing digital e técnicas de comercialização, ministradas por especialistas como Thiago Pinto, Abigail Salles e Alexandre Victor. O aprendizado prático e coletivo fortaleceu o papel das mulheres no campo. “Estamos aprendendo o que não sabíamos e vendo novas possibilidades”, destacou a agricultora Lana.

Com mais de 3 mil pessoas capacitadas em 220 cursos, o Instituto Tera Kuno tornou o CTA uma referência regional em educação ambiental e agroecologia, reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente com o selo Sala Verde.

Durante o encerramento, jornalistas e convidados participarão de uma visita guiada pelo centro, seguida de um coffee break com alimentos agroecológicos, em um momento de troca e valorização da produção amazônica.